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quarta-feira, 29 de julho de 2015

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A Visão do Tracer Cego



Por Jeff Tiago



O mundo é cego. Infelizmente essa triste realidade faz parte de nossa sociedade.

 O Sentido da visão é algo divino, ele nos permite ver tudo a nossa volta, pássaros voando, as plantas, as cores, o azul do céu, o cair da chuva. Com ele também podemos ver claramente tudo que nossas mãos tocam os alimentos que levamos a nossa boca. Podemos calcular só observando determinada distância de algo e ver as expressões faciais e físicas das pessoas e animais. 
Sem Dúvida que sem a visão é impossível ver as imagens da TV, ou ver seriados, animes, filmes e vídeos na internet além de ter grande dificuldade de comunicação usando redes sociais, o que para muitos já virou uma rotina, da qual muitos nem conseguem se imaginar longe dela. 

Você ai que esta lendo nesse momento, pare por um instante e pense em tudo que você faz em seu dia-a-dia, cada detalhe que você observa com seus olhos. O rosto daquela garota que você está gostando, o de sua mãe e demais familiares, de seus amigos, de seu animal de estimação, dos lugares que já viu e aqueles que ainda deseja ver. Agora se imagine como um deficiente visual, como você lidaria com todas essas coisas que faz com frequência em seu dia-a-dia? 

Claro que em alguns desses casos como as redes sociais, existem mecanismos que ajudam o usuário com deficiência visual, através de áudio. As letras que estão sendo tecladas são faladas pela maquina para o usuário ouvir aquilo que escreve. O mesmo acontece quando ele recebe alguma mensagem, o computador lê para ele o conteúdo.

 Mas me diga você jovem gafanhoto(a), quanto tempo você acha que levaria até dominar isso? Até mudar totalmente sua rotina usando seus olhos para quase 100%, ou talvez seja correto dizer para tudo que faz. Quanto tempo você levaria para dominar o Braile ( forma de comunicação escrita utilizada por cegos), pra dar continuidade ao conhecimento que ainda esta por adquirir ao longo da vida. 
Quem sofre de problema de vista, deve saber o quanto é terrível tentar enxergar o letreiro no ônibus um pouco distante, espremer os olhos , para forçar a visão e tentar enxergar um pouco mais longe. Também esta ciente que mesmo que às vezes se torne algo inconveniente precisamos usar óculos, ou a opção que teremos é ter nossa visão cada vez mais prejudicada.

 Mesmo com problema de vista, existem dezenas de praticantes de Parkour pelo mundo que treinam utilizando óculos de grau. Tenho que admitir que faço parte desse grupo de pessoas. Muitas pessoas tem um elevado grau de miopia, que faz com o que o individuo não enxergue nada sem seus óculos, a situação muitas vezes pode ate ser resolvida com cirurgia, mas quem não conseguiu realizá-la, é obrigado a conviver assim, o que o deixa o individuo com dificuldades extremas quando aconteça algo que faça com o que os óculos saia do rosto. 

Notei durante este tempo que treino com óculos que treinar usando eles tem dois problemas bem incômodos, um deles acontece raramente comigo, que é o óculos sair do rosto. “Perai, como assim? Tu treina com o óculos no rosto, faz de tudo e ele não cai?”
 É verdade sim, apesar de parecer um tanto estranho, meus óculos raramente caem do meu rosto, e não usava nada para prendê-los. Passei a usar desde um dia que estava mostrando um exemplo de como cair propositalmente em um Monkey a umas amigas e o óculos saiu do meu rosto, consegui agarrá-lo no ar, mas a mesma mão que segurava o óculos foi a que chegou primeiro no chão e o esmaguei, o que era para ser uma demonstração, acabou sendo de verdade. “Dale lerdo!” 
A segunda coisa ruim é que deviam criar para-brisas para óculos, é muito ruim estar treinando naquela "estiga', de repente chover e você continuar ali, mas as lentes começam a ficar embaçadas pela água da chuva. “Pense numa coisa chata.” 


Ou sair de uma sala com ar-condicionado e ir a um ambiente “quente”, as lentes dos óculos na hora embaçam, o mesmo acontece ao beber algo quente.
 Muitas pessoas ainda não notaram o tamanho da importância que a visão significa para todos nós, que sem ela perdemos de ver tudo que esta presente no mundo exterior. Já Outras pessoas só passam a se dar contar que estão perdendo algo importante, quando estão começando a perdê-las, ou quando a perdem de vez.
  Sabemos que diariamente somos testados a conviver com as dificuldades que a vida nos impõe, seja ela física, financeira, familiar, mental, etc.
 Mas imagine agora as pessoas pelo mundo que foram vitimas de algum tipo de acidente, que precisaram amputar algum membro do corpo para continuar vivendo, ou mesmo as que já nasceram deficientes físicas por natureza. Com certeza muitas delas vivem cabisbaixas, sem motivação alguma a continuar, achando que não servem de nada e que são escorias da sociedade. Muitas nem suportam o fardo e acabam desistindo de lutar, cometendo suicídio. 
 Porém muitas destas pessoas conseguiram superar sua deficiência e foram à luta, tornaram-se pessoas implacáveis, com uma determinação monstruosa, inabalável. Isso é o que chamamos de META! É justamente aquilo que uma pessoa que perdeu algo, tem na mente para lhe dar forças pra seguir adiante, não desistir do que ama, ter um sonho.



   Vale apena citar que determinadas deficiências físicas, foram geradas devido a irresponsabilidades, que vai desde a beber e dirigir atenção cuidar devidamente bem de seu corpo.
 Por exemplo, muita gente que tem algum problema de saúde, tipo a diabetes, mas não se cuida de forma devida e devido à doença se faz necessário amputar algum membro do corpo, ou talvez cegueira de um dos olhos ou ambos. 
Tem problema nos ossos vai vive fazendo big jumps (saltos de locais altos), o que para uma pessoa que faz físico já prejudica os joelhos, quem dirá a alguém que não tem porte físico para suportar o impacto, ou mesmo um exercício executado de forma incorreta.
 Então é preciso ter muito cuidado com seu corpo por que sem ele como você vai continuar treinando? Vai ver seus amigos em vídeos e vai se lamentar por ter sido imprudente e não poder mais praticar aquilo que ama(claro dependendo da gravidade da lesão).
 Ou podem ocorrer coisas piores como mortes devido a movimentos realizados de forma desnecessária. Então antes de fazer um movimento que demonstre um determinado grau de risco, pense bem se aquilo é mesmo necessário, se você precisa mesmo faze-lo e se vai valer a pena, por que infelizmente alguns amigos praticantes perderam a vida em situações semelhantes.
 Não vivemos em um vídeo game, não vai haver outra ficha, não vai haver um continue e o pior de tudo, talvez não haverá a chance de fazer todas as coisas que queria em sua vida.

 Certo mais ai você pode esta se perguntando, “ta certo, mas o que o tema do artigo tem haver com tudo isso que vim lendo desde agora? Calma apressadinho (a), logo você vai descobrir”. 
É difícil falar sobre Parkour e não pensar logo no quanto as pessoas que praticam devem treinar duro para conseguir força psicológica e física pra ultrapassar os obstáculos, sem dúvida este é o caminho certo para a pratica, claro se você quiser  treinar e se dedicar  de verdade, ate por que os riscos que o Parkour podem apresentar pra alguém despreparado são muito altos. Agora imagina comigo o seguinte você um tracer que treina um longo tempo, ou mesmo você um recém-chegado, acabou de alguma forma sofrendo um acidente e precisou passar por um processo cirúrgico para ter que amputar um membro, seja ele braço ou perna. Leve em consideração que você apesar de tudo ama o Parkour de todo o coração e mesmo nesta situação em que se encontra, não queria parar de praticar aquilo que tanto ama de corpo e espirito. 
Se você for uma pessoa de mente fraca logo vai desistir e impregnar na cabeça que após este incidente você será incapaz de voltar a praticar. 

 Porém se você é uma pessoa determinada e tem como meta voltar a praticar, mesmo com a limitação que ira carregar pelo resto da vida, sem dúvida você pode conseguir, claro que não vai fazer tudo que fazia antes, seus movimentos serão um pouco limitados, mas você ainda vai estar fazendo aquilo que você ama. Tem até um exemplo muito bom de um garoto praticante de Parkour, que se envolveu em um acidente de carro quando um pouco mais novo e precisou amputar uma das pernas. Um vídeo emocionante e é de arrepiar como ele conseguiu se manter firme apesar do que houve. O nome do vídeo para quem quiser ver é: 

Rubén Roldán - Corazón de león. Parkour





Agora se imagine não como aquele que sofreu o acidente e precisou amputar um membro, mais sim um orientador, ou no "mundo" do Parkour, aquele que puxa ou que guia um treino. Você recebe em seu local rotineiro de treino vário praticante e os ajuda a caminhar dentro do Parkour.
 Mas se dentre essas pessoas um dia chegasse um individuo com deficiência física e desejasse do fundo de sua alma treinar junto a vocês, o que você faria? Negaria esse direito dele? 
Caso aceitasse ajudá-lo, como iria ministrar o treino dele sabendo que diferente dos demais ali presentes é preciso um treino especifico para ele? Mas como seria esse treino? Por que você salta usando duas pernas, certo? Ele teria apenas uma, como seria na hora de fazer uma precisão e estabilizar a cravada, ou pra escalar um muro?

 Por você ser uma pessoa que não possui nenhuma deficiência física, você não saberia exatamente como guia-lo, você teria suposições de como poderia guia-lo, mas nada concreto afinal você nunca ficou sem uma das pernas para saber como é. Porém dependendo da motivação e determinação do individuo em questão, ele poderia assim como no exemplo do garotinho do vídeo, superar sua deficiência e treinar com tudo que lhe restou.
 Bom eu comecei a pensar a alguns meses sobre isso e pensei em mim mesmo, ou amigos próximos tendo algum acidente e precisando se sujeitar a um processo cirúrgico para amputar um membro. Com certeza eu ou a pessoa seria ajudada no treino (caso ela ainda desejasse permanecer treinando), mas ai me veio outra coisa na cabeça, por que enquanto for para ensinar alguém a treinar sem um dos membros tudo bem, vai ser complicado, vai sim, sem duvida, mas ainda sim o individuo esta olhando a aplicação dos movimentos e adaptando-os a sua deficiência. Mas e se no lugar de um deficiente físico, fosse um deficiente visual? 

  Sem sombra de dúvidas seria ainda mais complexo ensiná-lo, do que a um deficiente físico, por que como se explicar a um cego que nunca viu o Parkour a execução dos movimentos. (claro que esta hipótese de um deficiente visual que nunca teve a oportunidade de ver antes querer praticar é difícil de acontecer, mas não impossível).  
  Outro caso seria um praticante que independente do tempo de pratica por um acidente ficou cego. Claro que um treino olhando tudo a sua volta, não é o mesmo que um com a ausência da visão. Os olhos abertos já nos medem a distancia de uma precisão antes mesmo de executarmos o salto. Podemos ver aonde nossas mãos e pés vão, aonde agarram. Mas para um cego, só lhe resta o tato e como instruir alguém no Parkour nessas circunstancias? É bem complicado. 

Foi ai que eu resolvi sentir um pouco disso na pele. Eu Pratico Parkour a 6 anos e  vez ou outra fazia um treino com os olhos vendados. Evidentemente nunca chegou a ser um treino de longo período. Mas ai eu querendo entender como deveríamos instruir um praticante cego, resolvi-me abstinar da visão em meus treinos por um período de meia-hora. Foi assim durante 2 meses. Para muitos algo meio sem sentido e talvez desnecessário, mas eu vi a necessidade de sentir aquilo, precisava saber o que aconteceria comigo se eu ficasse cego (apesar que já uso óculos, de longe sem ele enxergo quase nada), quais as maiores dificuldades que eu enfrentaria ate voltar a fazer algo fluente novamente. Claro que também queria saber como eu poderia instruir alguém numa mesma situação, por que por mais que eu pudesse, creio eu que enxergando não seria bom o suficiente para ajuda-lo, eu precisava primeiro entrar no mundo dele, andar como ele, ouvir como ele, sentir como ele, para depois tentar mostra-lo como ele poderia mover-se.

 Preciso confessar não foi nada fácil, contei com a ajuda de um tracer mirim chamado Tom Zamataro de 13 anos, que foi meu guia durante esse período. Contei com a ajuda dele, por que o parque da Jaqueira o nosso pico de treino, é um local um tanto grande, com uma movimentação fluente de pessoas e crianças, então pedi para ele apenas ficar de olho em mim e caso eu fosse esbarrar em alguém ou mesmo bater em árvores ele avisar. Mas ai ele se manteve em silencio e só sinalizava algo pra mim nessas condições.

 A primeira semana foi muito complicada, me senti muito perdido, sem noção alguma de espaço ou das coisas a minha volta. Era complicado tentar me locomover de um ponto a  outro sozinho, então determinei um objetivo “quero ir ate tal muro”, ai com a ajuda do meu guia, que dizia às direções que deveria seguir ate chegar ao destino, fui caminhando vagarosamente.
 Em partes do trecho do caminho havia alguns obstáculos, pedi a meu “guia” para sinalizar, pois tentarei ir os ultrapassando, já que a intenção dessa experiência era justamente voltada ao desenvolvimento de um individuo cego na nossa pratica.
 Não vou negar, tropecei em raízes e cai algumas vezes, bati a cabeça em arvores, e esbarrei em obstáculos ate me orientar e saber o que havia a minha frente.

 Devo admitir que enquanto cego os movimentos que algum praticante pode fazer com facilidade e certa segurança enquanto “cego” são, lazy, e monkeys (claro que parado). Óbvio que o lazy é o mais “seguro” dentre os dois, porque ele usa muito o tato, as mãos quase não saem da barra e tudo que o individuo deveria focar e lançar suas pernas altas.
 Ao fim do período desse dia eu estava encharcado de suor, parecia que estava fazendo um físico desgraçado, não entendi por que fazia as coisas devagar tomando cuidado para não me machucar por estar vendado e fiquei ensopado de suor. Mas ai conversando com algumas pessoas descobrimos que isso se deu por que fiquei sem um dos sentidos e o celebro estava tendo que trabalhar mais que o comum, por isso todo aquele suor.
 Ao final do período de tempo que definir pra me manter vendado, retirei a venda e parecia que eu estava a anos morando dentro de uma caverna vendo a luz do dia pela primeira vez. Fiquei com a visão turva por uns minutinhos.
   Na Segunda semana eu continuava ainda perdido no sentido de sair andando sozinho, meu “guia” continuava a me indicar verbalmente as direções a serem seguidas.



Nesta semana eu já fazia repetições de precisões, claro que a cada 10 acertava uma ou duas, era complicado porque mesmo sendo um salto de precisão pertinho eu não tinha a noção de espaço para executa-lo, não sabia a força necessária que deveria usar, então fiz algo que nós quando iniciantes fazemos muito, que é contar os passos. Contei, e contei e contei e finalmente saiu, consegui alguns. Ai percebi que o precisão levaria um tempo ate ter conseguir ser feito fluentemente.
 Em alguns movimentos que eu errei neste dia pude perceber que nossos reflexos apesar de estar cego ainda respondiam super bem. Se bem que eu não estava de olhos abertos, então não era em tudo que conseguia ser ajudado pelo reflexo, precisei esbarrar em muita coisa pra aprender isso. 

Na terceira semana em diante eu já tinha certo controle das movimentações, conseguia ate mesmo correr, com o meu “guia” bem próximo pra não tropeçar em uma raiz ou pedra.
 Deste período até o fim do tempo planejado para o fim da vivencia, eu repeti bastante o que aprendi anteriormente e acabei conseguindo uma das coisas que achei fascinante enquanto vendado, que foi um catleap, claro que não foi um cat com distâncias enormes, foi algo simples, mas que devido a fazer vendado fica muito complicado.
 Então fui lá, contei os passos ate o muro, levei minhas mãos ao local onde iria agarrar com o cat para sentir o lugar que minha mão agarraria. Então tentei uma, tentei duas, tentei três, foram três tentativas frustradas, mais foi então que na quarta tentativa, senti minhas mãos agarras ao muro. “URRUUUUU!!!”
 Meu maior medo ao tentar executá-lo, era o choque do meu corpo contra a parede, o que acabou que deu certo e não aconteceu. Foi o movimento mais complicado de ser realizado, porque ao contrário dos que já fiz durante a vivência, este eu não tinha o auxílio das mãos sobre algo, como por exemplo, o monkey, o que me deixou com os nervos a flor da pele. Mas isso foi só no primeiro, então repeti umas vezes para a mente tentar memorizar o quanto de força eu estava usando para o feito.

 Nos posteriores, além das repetições daquilo que vinha fazendo desde a primeira semana, resolvi emendar os movimentos para ver como sairia. Então iniciei com o cat, subia, dava um desmonte pro lado, passava a barra ao lado de lazy ou monkey e ficava novamente frente ao muro onde tudo foi iniciado, assim repetindo e repetindo. Consegui executar tudo com certa velocidade. Mesmo tendo avançado muito, eu ainda tinha bastante dificuldade de deslocamento de um ponto a outro sem auxilio do “guia”, porém já estava me familiarizando com a parte que a galera se reúne para os treinos. Conseguia andar por aquela área, mas sair dela para outra era muito complicado.

 Reconheço que o período de vivência foi curto para tentar absorver o suficiente para ajudar um tracer cego, mas sem sombras de dúvidas ao menos pude viver e sentir as coisas como eles sentem, assim não me sentirei totalmente perdido caso se fizer necessário ajudar um indivíduo nessa situação, porque ser forte para ser útil não significa se matar no físico, mas também abdicar-se de algo seu pelo próximo necessitado. Porém nem sempre esse “algo” vai ser uma ajuda financeira, ou ajuda física, ela pode ir de uma conversa para confortar alguém com problemas ate mesmo a treinar descalço só para fazer companhia a um amigo que esta com o pé machucado. São coisas assim que para muitos podem ser uma besteira, mas que para pessoa que recebeu é algo muito gratificante. Ser lembrado e ver a pessoa sacrificando parte de si por ela. É este tipo de natureza que formam heróis, mas não os heróis que vemos na ficção mais heróis de verdade...


...Aqueles que apesar dos problemas que tem todo dia, conseguem ter tempo de ver que alguém ao sua volta precisa de ajuda, e esses heróis serão eternamente lembrados por estas pessoas, que poderão ate seguir seu exemplo com outras pessoas. 
Existem pessoas que esbanjam sorrisos diariamente, mas por dentro estão destruídas, desmoronando em silêncio, outras demonstram isso explicitamente. Então não continuemos cegos, pois o pior cego é aquele que não quer ver.


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